"Parece que minhas bochechas vão cair", disse Péricles, enquanto arrumava a mochila. A tarde estava ensolarada e o prenúncio da tempestade era evidente. "Maria! Vem cá me ajudar", disse ele. Maria saiu correndo de dentro da caverna, tomando o bastão e a foice na mão, sem sequer lançar-lhes os olhos. Era primavera. Seus cabelos voavam no vento, exalando o mais rico dos aromas, enquanto ela se dirigia ao ponto em que se encontrava a única árvore visível num raio de muitas léguas, onde Péricles a esperava.
"Acho que já é tarde", disse ela, ao chegar ao ponto de encontro. "Não vejo uma única gaivota por aqui."
"É verdade", respondeu Péricles, "mas nada pode ser feito." Colocou-se em uma postura rebelde e recitou um antigo hino sidartaniano:
"A quinta essência nunca vi
Nem tenho mais que vê-la;
Mas nunca morre o guarani
Sentado sobre a estrela."
A noite começava a pôr-se manifesta, e os lobos cantarolavam melodias de perdição. A referida estrela já se fazia visível no firmamento, tomando proporções assombrosas e formas inambíguas: era o severo lume interplanar. Descendia ele do céu, e sobre ele, tal como prenunciado, estava não outro senão o guarani, Ubirajara, o Místico. O temor e o entusiasmo tomaram o homem e a mulher, que observavam atentamente a translocação do objeto voador. "Subide, comparsas!", exclamou o passageiro, e de chofre estavam a seu pé os dois terráqueos. "A noite é longa, mas o dia é mais ainda."
E assim partiram, sem qualquer alarde.
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